quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A mesma sinfonia


     No meio da multidão, parada. Sem ver ninguém ou escutar a nada. Absorvida por uma letárgica incapacidade de sair da inércia. Embriagada pela força intocável do universo. Ali, ainda parada.

     Se fosse um filme, eu seria certamente um slow motion em preto e branco ao som de Schubert. Ao redor, o mundo seria o mais colorido da pop art britânica da década de 50. Eles se movimentam, agitados, com pressa e sempre preocupados. Eu parada, ainda sob o som daquele melódico appergione com direito a violoncelo. Com direito a tristeza.

     E a vida passa. Aqui, ali ou em qualquer outro lugar. Eu vazia, continuo parada. Assim, quando o meu tudo, é o nada.

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